AVISO AOS NAVEGANTES


Estou partindo
das poesias
e deixando
que elas
de mim
também partam
Vou buscar
novo rumo
não sei qual
nem onde
mas me aprumo
Neste mundo
já não mais
me acostumo
Sabia eu
que um dia
teria
que ser assim
Estou partindo
das poesias
Já sinto
e pressinto
não minto
que elas, também
esvaem-se de mim
Elas foram
minhas namoradas
minhas amigas
e companheiras
Viveram ao meu lado
a vida inteira
mas tudo
tem seu momento
de fim
e o meu chegou
enfim
Deixo partirem
minhas amadas
Dias, noites
e madrugadas
foram
minhas escudeiras
Sóbrias
ou em bebedeiras

Nas serestas
de calçadas
entre mãos
entrelaçadas
surgiam
pelos luares, guiadas
Hoje entristecem
em agonias
Só me resta
a melancolia
vendo o porto
de nós, se afastar
Sigam em paz
letras amadas
Vão em busca
de outras moradas
Quiçá aos que julgam
pertencerem-te
façam-se presentes
ergam os galardetes
de que sois sonhos
e esperança
Que sobreviveram
tempestades
e bonança
só para alegrarem
tristes corações
E mostrarem
que viver é apenas
tomar lições
Levem consigo
minhas inspirações
e deixe comigo
somente
as recordações
de quando comigo
foram criadas
e hoje conduzidas
por mentes malvadas
Adeus filhas
do meu ser
mais puro
Vão em frente
em busca
de seus portos seguros

GilbertoMaha®©

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