ADEUS

Adeus
Senti
a dor pungente
da trapaça
chegar solene
e com graça
até aos recantos
íntimos
dos sonhos meus

Sofri
mas sem ter medo
da desgraça
porque por onde
ela passa
não descobrirá
meus sonhos
que são seus


Parti
desse meu mundo
de cachaça
de boemia
e de arruaça
só para atender
os pedidos
e os apelos teus

Fugi
desse seu ninho
só de traças
que enfeitam árvores
sobre as praças
tornando
dias claros
em negros breus

Segui
à frente do seu vinho
já sem taças
Velho, amargurado
por entre braços
que entrelaças
nos abraços
dos fariseus

Ressurgi
ao sentir
que a pungente trapaça
não chega solene
nem cheia de graça
nem abala
meus sonhos
nem os sonhos seus

Se sofri
sem ter medo
da desgraça
é porque sei
que por onde ela passa
nem resvalam
nos seus sonhos
que já foram meus

Se parti
da boemia e da cachaça
e desse mundo, por pirraça
é porque fui em busca
de um mundo
mais profundo
atendendo aos pedidos
e apelos teus

Se fugi
das traças
do seu ninho
foi porque
durante seus apogeus
me senti pequenininho
nas escuridões das praças
durante os seus negros breus

Seguir
agora vou em frente
alegre e contente
sem você na mente
e mesmo que de repente
venhas docemente
pedindo-me em tom clemente
eu te digo: Adeus



GilbertoMaha®©

Desejos

Quando puxares
com seus dentes
do meu peito, os pelos
atenda meus apelos
ardentes
e não deixe de dar
umas mordidinhas
em meus mamilos
tão bom senti-los
pertencer-te





Venha
não te acanhes
e nem detenha-te
seja solícita
e contente
amante de alma
e corpo presente
sutil
faminta
e do mundo
ausente
Quero-te no cio
sentir o macio
de teus seios
e em devaneios
saciar minha sede
Deitar-te
em uma rede
amar-te
e dormir
fazer-te

Boa noite

Boi
Boi
Boi
Boi
da cara preta


Gilberto Maha®©